A Polícia Federal concluiu sua investigação sobre o deputado André Fernandes (PL-CE), afirmando que ele teria incitado os atos ocorridos em 8 de janeiro, nos quais manifestantes invadiram e vandalizaram os prédios da Praça dos Três Poderes. O relatório, encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), baseia-se em duas postagens feitas por Fernandes no Twitter.

Em uma publicação feita em 6 de janeiro, o deputado anunciou a realização de um ato contra o governo Lula na Praça dos Três Poderes, afirmando que estaria presente. Já em outra postagem feita no dia 8 de janeiro, após a invasão, Fernandes compartilhou uma imagem da porta do armário de togas do ministro Alexandre de Moraes, que foi arrancada e levada pelos invasores, acompanhada da frase: “Quem rir, vai preso”.

De acordo com a PF, embora a primeira postagem não deixe claro o incitamento aos atos ocorridos em 8 de janeiro, na segunda postagem é possível inferir o apoio do deputado à depredação do patrimônio público na Praça dos Três Poderes. O relatório conclui que Fernandes deu ainda mais publicidade aos atos de vandalismo, evidenciando sua intenção de incitar a prática criminosa.

Embora o relatório tenha sido finalizado há alguns dias, sua divulgação ocorreu na quinta-feira, no mesmo dia em que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) foi instalada. André Fernandes, autor do requerimento para a abertura da CPI, almejava ser o relator da comissão, mas a função foi designada a Eliziane Gama, do PSD-MA.

Durante o discurso de abertura dos trabalhos da CPMI, Fernandes fez uma breve menção ao inquérito da PF, alegando estar sendo investigado pelo STF devido a uma crítica ao ativismo judicial feita em 8 de janeiro.

O ministro Alexandre de Moraes determinou, na quarta-feira, que a Procuradoria-Geral da República se manifeste sobre as conclusões da PF dentro de um prazo de 15 dias.

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